Perfis histopatológicos e imuno-histoquímico do câncer de mama: comparação entre lesões palpáveis e não palpáveis / Histopathological and immunohistochemical profile of the breast neoplasm: comparison with palpable and nonpalpable lesions

O Câncer de mama acomete muitas mulheres em todo o mundo e as metástases são a principal causa de morte. Conhecimentos acerca do comportamento biológico são úteis para aprimorar a abordagem, principalmente terapêutica. Os perfis histológico e imuno-histoquímico podem nos permitir melhor compreensão dos fenômenos que determinam a evolução da doença. Objetivo: Comparar lesões palpáveis e não palpáveis para determinar agressividade biológica, baseado nos parâmetros histopatológicos e imuno-histoquímicos. Metodologia: Foram estudados 296 (duzentos e noventa e seis) casos de câncer de mama, confirmados pela histopatologia, separados em dois grupos: Grupo 1: Lesões não palpáveis, detectadas exclusivamente por mamografia (microcalcificações, nódulo ou distorção arquitetural) ou por achado incidental e Grupo 2: Lesões palpáveis (nódulo, massa ou condensação), em estudo retrospectivo, analítico e horizontal. Foram avaliados critérios histopatológicos (Grau Nuclear, Formação Tubular e Índice Mitótico) e imuno-histoquímicos (Receptores de Estrogênio, receptores de Progesterona, Ki67, p53 e c-erbB-2) de agressividade, comparando-se os dois grupos, com tratamento estatístico (índice de significância p menor que O,05). Resultados: Avaliados os dois grupos indistintamente, observou-se que a maior expressão dos Receptores Hormonais (RE e RP) esteve relacionada com Grau Nuclear, Formação Tubular e Índice Mitótico baixos. Super-expressão de Ki67 foi prevalente nos graus histopatológicos mais elevados. c-erbB-2 e p53, embora não estatisticamente significativo, apresentaram a mesma tendência do Ki67 em relação às variáveis histopatológicas. O Grupo 1 apresentou menor incidência de Grau Nuclear, formação Tubular e Índice Mitótico elevados que o Grupo 2.

HPV/HIV ­ Uma discussão: aspectos biológicos e propostas terapêuticas / HPV/HIV - questions about biological behavior and management

Estudos epidemiológicos incluindo grande número de mulheres e vários fatores de risco têm confirmado que a infecção pelo papiloma vírus humano (HPV) é significativamente comum entre mulheres que apresentam sorologia positiva para o vírus da imunodeficiência humana (HIV). Como a infecção pelo HPV está associada ao desenvolvimento de lesões intra-epiteliais escamosas (SIL), uma grande proporção de mulheres HIV+ apresenta risco para o desenvolvimento dessas lesões. Se compararmos mulheres HIV- com mulheres HIV+, verificaremos que mulheres HIV+ apresentam grande número de tipos de HPV, sem apresentarem, contudo, risco maior para se infectarem com tipos de maior oncogenicidade. A alta prevalência do HPV em mulheres HIV+ reflete mais a persistência, ou reativação, de uma infecção prévia, do que a aquisição de uma infecção recente. Os fatores de risco para infecção pelo HPV são significantes e mostram similaridades com aqueles identificados como de risco para mulheres HIV+ e HIV- de grupo de risco. Esses incluem idade inferior a 30 anos, história de verrugas genitais prévia e, mais frequentemente observados em mulheres HIV+, multiplicidade de parceiros, promiscuidade, tabagismo e indicadores de AIDS avançada. O restabelecimento da competência do sistema imune é necessário para modicar o desenvolvimento das SIL relacionadas ao HPV. Mulheres infectadas com HIV têm altas taxas de SIL recorrente/persistente, a despeito dos protocolos terapêuticos. Em mulheres HIV+, câncer invasivo tem pior prognóstico devido à sua específica agressividade. Baixos níveis de linfócitos CD4+ e envolvimento de margens nos espécimes obtidos pela cirurgia de alta frequência constituem fatores de risco para recorrência. O uso da terapia anti-retroviral altamente ativa está associado a baixo risco de recorrência/persistência e progressão das SIL. Dessa forma, o tratamento anti-retroviral e profilaxia anti-infecciosa devem ser reforçados.

Hábito de fumar em pacientes portadoras de neoplasias do colo uterino / Tobbaco use and cervical câncer

O estudo foi realizado com 413 pacientes atendidas no Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora e Hospital do Câncer Maria José Baeta Reis (ASCOMCER) para exame ginecológico com citologia preventiva. Destas pacientes, 313 apresentavam alterações epiteliais que variavam do tipo baixo grau ao alto grau e até mesmo carcinoma epidermóide, todos confirmados por biópsia. Como grupo controle foram incluídas 100 mulheres com exames citológicos normais. As pacientes foram separadas em tabagistas, não tabagistas e ex-tabagistas e avaliadas quanto ao hábito de fumar, idade e a intensidade do tabagismo. Foi realizada a correlação desses dados com os padrões das lesões do colo uterino. A intensidade do tabagismo foi estimada pelo cálculo de tabaco consumido (QTC). O valor médio da QTC para o grupo de pacientes com lesões do tipo baixo grau foi de 3371,0 cigarros, para as pacientes com lesões de alto grau foi 4233,3 cigarros, para o grupo com carcinoma epidermóide foi de 5673,4 cigarros. Para o grupo controle o QTC foi de 3010,6 cigarros. Os resultados mostraram uma relação direta entre a intensidade do tabagismo e a gravidade da lesão no epitélio do colo uterino com valor estatisticamente significante (p < 0,001) apenas entre o grupo de lesões de baixo grau e o grupo com carcinoma epidermóide. O odds ratio encontrado para o grupo de baixo grau foi de 5,85, para o grupo com lesões de alto grau foi de 67,2 e para o grupo com carcinoma epidermóide foi de 46,8, o que mostra uma importante associação entre tabagismo e a probabilidade de ocorrência de câncer de colo uterino. Quanto à idade o maior número de pacientes tabagistas e com lesões mais graves estavam no grupo etário entre 20 e 39 anos.

Microcalcificações mamárias: correlação entre imagem radiográfica (número relativo, forma e densidade) e carcinoma

Realizamos estudo transversal comparativo de 45 mastografías apresentando microcalcificações com laudo histológico. Os critérios de inclusão foram mastografia com número mínimo de 05 (cinco) microcalcificações por centímetro quadrado (mc/cm2) de tamanho igualou inferior a 1 milímetro e presença obrigatória das concreções no espécime cirúrgico. Foram analisados três parâmetros: número relativo, forma e densidade, correlacionados com laudo histológico. Objetivou-se avaliar a correlação das características de cada parâmetro com o laudo histológico e obter o risco relativo para malignidade. A incidência de malignidade foi de 22,2% (10 casos). Quando comparamos as microcalcificações heterodensas com as de outras densidades e as pleomórficas bizarras com as de outras formas, o risco relativo foi superior a 6. Os grupamentos contendo acima de 20 mc/cm2, de densidade heterogênea e pleomórficas bizarras associaram-se à malignidade em 100% dos casos. Concluímos que densidade heterogênea e pleomorfismo bizarro foram as característica que mais se associaram com carcinoma. Número relativo acima de 20 mc/cm2, embora apresentando risco relativo menor, também se assocIou significativamente com laudo de malignidade

We analysed 45 cases of clustered microcalcifications at mammography and tried to obtain correlation between their characteristics and malignancy. The criteria for inclusion were number over 5 (five) microcalficications per square centimeter of size equal or under 1 (one) milimeter and specimen confirmation containing microcalcifications. The parameters were number of microcalcifications per square centimeter, shaper and texture. The characteristics of the paramters were correlated with histophatologic report and relative risk was calculated. In 22,2% (10 cases) the result was positive for malignancy. The microcalcifications with heterogeneous texture and extremmely irregular shape presented relative risk over than six. When this characteristics was associated with number over 20 microcalficications per square centimeter, all cases were malignant. We concluded that the main characteristics of the clustered microcalficications at mammography that was associated with malignancy were extremelly irregular shape and heterogeneous texture. Number over 20 microcalficications per square centimeter was less important but it was also significantly associated

O hemoperitônio na gravidez tubária / The hemoperitonium in tubal pregnancy

Os autores estudam, retrospectivamente, o hemoperitônio em 21 pacientes com gravidez tubária no período de ago/87 a nov/91. As pacientes foram atendidas no Hospital Universitário da UFJF. Foram feitos estudos de incidência e comparativos entre o volume do hemoperitônio, a estabilidade hemodinâmica e a dosagem de hemoglobina no sangue periférico. Os autores concluíram que a origem e o volume do hemoperitônio näo teem valor preditivo quanto à evoluçäo hemodinâmica da paciente. E que, a dosagem da hemoglobina no sangue periférico informa sobre a instabilidade da paciente, mas näo se correlaciona com o volume do hemoperitônio.

Fistulas genitais: estudo de 21 casos / Genital fistulae

Tendo como base um estudo retrospectivo de 21 casos de fistulas genitais, foram analisados alguns aspectos considerados importantes nessa patologia. As mulheres acima dos 30 anos e multíparas foram as mais acometidas. As fistulas mais comuns foram as genito-urinárias e o parto vaginal foi o fator mais apontado como causa. Os meios diagnósticos utilizados foram os mais variados assim como o tipo do tratamento cirúrgico empregado. A recidiva foi observaçäo frequente.

Parto a fórceps: estudo de 472 casos / Forceps delivery: study of 472 cases

Em nosso trabalho, procuramos relacionar as medidas do concepto com a incidência e a aplicabilidade de Fórceps, reunindo uma casuística de 472 partos transpélvicos do ano de 1984, na Maternidade Terezinha de Jesus, nos quais foi utilizado o instrumental. Comparamos com um grupo de controle composto por 100 partos vaginais cefálicos espontâneos ocorridos no mesmo ano. Procuramos identificar a real importância das medidas Fetais/Recém-Nato no maior ou menor uso de Fórceps.